Oluwatosin Tolulope Ajidahun evidencia que a pandemia de Covid-19 trouxe inúmeros desafios para a saúde global, e os seus efeitos de longo prazo ainda estão sendo estudados. Entre eles, chama atenção o impacto da infecção na fertilidade masculina e feminina. Pesquisas apontam que o vírus pode desencadear alterações hormonais, inflamatórias e imunológicas capazes de comprometer a concepção.
Como a Covid-19 afeta a fertilidade feminina
Estudos clínicos revelaram que mulheres que tiveram Covid-19 podem apresentar irregularidades menstruais e mudanças no eixo hormonal durante meses após a infecção. A inflamação sistêmica, característica da doença, atinge tecidos ovarianos e endometriais, prejudicando a qualidade dos óvulos e a receptividade uterina.
Tosyn Lopes informa que o quadro de febre persistente durante a fase aguda da doença é outro fator prejudicial, já que o aumento prolongado da temperatura corporal altera a maturação dos folículos ovarianos. Há ainda relatos de maior predisposição a distúrbios de coagulação, o que pode favorecer falhas de implantação embrionária ou aumentar o risco de aborto precoce.

Oluwatosin Tolulope Ajidahun analisa as possíveis consequências da Covid-19 para a saúde reprodutiva de homens e mulheres.
Outro ponto de atenção é o impacto emocional. A pandemia elevou os índices de ansiedade e depressão, que, associados ao estresse crônico, alteram o equilíbrio hormonal feminino. Esse fator, muitas vezes negligenciado, contribui para ciclos menstruais irregulares e deve ser levado em conta nos atendimentos clínicos.
Efeitos da Covid-19 sobre a fertilidade masculina
Nos homens, a Covid-19 também demonstrou consequências importantes. A presença do receptor ACE2 nos testículos torna o órgão vulnerável à ação do vírus, o que pode afetar diretamente a produção de testosterona e a espermatogênese. Pesquisas identificaram queda temporária da concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides em pacientes que contraíram a doença, especialmente nos casos mais graves.
Oluwatosin Tolulope Ajidahun nota que o estresse oxidativo causado pela inflamação sistêmica compromete a integridade do DNA espermático. Isso reduz não apenas a fertilidade natural, mas também os resultados de procedimentos como a fertilização in vitro (FIV). Ademais, a febre alta, sintoma comum durante a infecção, afeta negativamente a produção espermática, lembrando que o ciclo de maturação dos espermatozoides leva cerca de 70 a 90 dias.
Outro aspecto importante é a influência da idade e de comorbidades pré-existentes. Homens com hipertensão, diabetes ou obesidade, quando infectados, tendem a apresentar maior comprometimento da qualidade seminal, reforçando a necessidade de acompanhamento andrológico pós-Covid.
Prevenção, acompanhamento e estratégias de cuidado
Sob essa ótica, o acompanhamento médico se torna indispensável para casais que tiveram Covid-19 e enfrentam dificuldades de concepção. No caso das mulheres, exames hormonais e de imagem permitem avaliar o funcionamento ovariano e a receptividade endometrial. Para os homens, o espermograma é o principal exame para identificar alterações pós-infecção.
Tosyn Lopes destaca que estratégias simples podem auxiliar na recuperação reprodutiva, como a adoção de uma dieta rica em antioxidantes, prática regular de exercícios e redução do consumo de álcool e tabaco. Em situações mais complexas, terapias antioxidantes específicas e técnicas de reprodução assistida são alternativas viáveis. A FIV, combinada a testes genéticos pré-implantacionais, aumenta a segurança na escolha de embriões saudáveis, enquanto a criopreservação pode ser considerada em casos de risco de infertilidade prolongada.
Além dos aspectos clínicos, o suporte psicológico deve ser integrado ao tratamento. A experiência da pandemia trouxe níveis elevados de estresse que, quando não tratados, continuam a afetar a saúde hormonal. Psicoterapia, meditação e outras práticas de manejo emocional contribuem para restaurar o equilíbrio necessário à concepção.
Covid-19 e fertilidade: um alerta contínuo
Oluwatosin Tolulope Ajidahun frisa que a Covid-19 não deve ser vista apenas como uma doença respiratória, mas como uma condição sistêmica com impactos potenciais sobre a fertilidade. Embora nem todos os pacientes apresentem sequelas reprodutivas, o risco existe e merece atenção clínica.
Nesse cenário, a prevenção continua sendo a melhor estratégia. Acompanhamento especializado, hábitos de vida saudáveis e vigilância pós-infecção são passos essenciais para minimizar complicações. O conhecimento científico segue avançando, e compreender a ligação entre Covid-19 e infertilidade é fundamental para proteger não apenas a saúde presente, mas também o futuro reprodutivo de homens e mulheres.
Autor: Staux Umeran
As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.